segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Ser mulher

A ida ao cabeleireiro do meu bairro equivale a um dia de terapia zen. Conversas banais e leves sobre todos os assuntos enquanto nos arranjam as mãos, os pés ou o cabelo. Ler revistas cor-de-rosa, a televisão sempre sintonizada em novelas ou em talk shows pimbas (que ninguém me oiça senão sou banida da confraria) e quando nada disso nos atraí há sempre a hipótese de ouvir as conversas alheias.



Conhecemos os filhos umas das outras, os problemas de saúde, conjugais, financeiros, as profissões, as preferências, enfim tudo. Trocamos ideias sobre as cores de vernizes ou sobre o tom dos cabelos, nada de muito elaborado. Ali não há discussões só trocas de ideias. Não há combinações de almoços, jantares ou saídas.

Um universo feminino de cumplicidades que se inicia à entrada e termina à saída. Muito zen é o que eu digo.