terça-feira, 31 de janeiro de 2012


Enquanto almoçava, em modo me myself and I, nas Amoreiras, apercebi-me de uma conversa de 6 rapazes que estavam sentados na mesa em frente.

Pelas idades – 15-16 anos – pareceu-me ser dos tablets ou dos androids, mas estava mesmo muito enganada. Estavam a falar de política, do país, do gajo do SIS, do que é necessário fazer, num discurso que não me pareceu clonado de nenhum artigo de opinião. As palavras eram fluidas. Eram palavras que espelhavam pensamentos.

Foi um bom almoço. Fiquei esperançada com aqueles 6 miúdos. Mais houvessem como eles, que se debruçassem sobre o tema do presente e do futuro, naquelas idades, mais participação haveria na governação, mais ideias surgiriam, mais debates. É bom ver que nem todos os miúdos manifestam aversão à política ou que dizem: Eu não percebo nada de política. Não pode ser. Para se contestar tem de se ter conhecimento do que se quer e do que não se quer. Já chega de carneiradas. Todos podemos e devemos participar. E se cedo os habituarmos a pensar sobre essa matéria, melhor ainda.

 Tomei para mim a missão, como mãe, de orientar a minha filha para o que se passa à nossa volta. Quero que se habitue a ler os jornais, e com o tempo formar opinião, contestar e a não aceitar tudo o que lhe apresentam.

É necessário haver mais e melhor

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Humildade e Honestidade

A humildade e a honestidade sempre me foram ensinadas pelos meus pais, tios e avó como sendo os traços característicos da nossa família. Somos o que somos não o que temos, era a frase preferida do meu pai. Qualquer manifestação de arrogância, inveja ou vaidade era apontada por todos como sendo defeitos que não deveríamos seguir. É muito feio, dizia o meu Pai. Ele que na altura tinha um curso superior, mas que não deixava ninguém tratá-lo por Engenheiro. Só na obra, por respeito, fora de lá era ofensa.

Ao longo destes anos a frase do meu pai ocasionalmente vem-me ao pensamento, somos o que somos e não o que temos.

Hoje, durante uma reunião, alguém se dirigiu a mim nestes termos:
- A Senhora sabe quem é a minha família ?
- O Senhor é filho de Fulano e Fulana. Mais não sei, não está constante do processo. Mas qual é o motivo dessa chamada de atenção?
- O meus Pais são donos de uma cadeia de Tal e Tal. As nossas empresas são reconhecidas internacionalmente. Não reconhece o nome do meu Pai? A minha família é muito importante neste País.
(respirei fundo e tentei acalmar-me, hoje não, hoje não…)
- Ouça, ainda bem que se orgulha da sua família, só lhe fica bem. Mas isso não o impede de estar numa situação complicada. Como é que pretende resolver isso?
- Como é que eu quero resolver? Não me faltava mais nada, vocês que resolvam, ora essa. Apresentem-me soluções para podermos negociar.
- A fase da negociação está ultrapassada uma vez que em todas as tentativas o Senhor não cumpriu os planos acordados. Tem consciência do passo seguinte, não tem?
- Que vá para Tribunal, não quero saber. O meu Advogado irá entrar em contacto convosco. Isto não é forma de tratar um cliente na minha posição.

Hoje não respondi à letra, também não iria dar grande resultado, nem me irritei nem me alterei, de maneira nenhuma. Hoje tive pena. Pena de alguém que vive na sombra da família, e a coberto dessa sombra acha que tudo lhe é permitido. Sem fingimentos ou remorsos. Um parasita que vai saltitando aqui e ali, levando uma vida faustosa, achando que toda a gente tem a obrigação paternalista de o ajudar a manter esse mesmo nível, apesar de não ter nenhum suporte financeiro para tal.
 
Enquanto finalizava o processo, agradeci mentalmente ao meu pai pelos conselhos que na altura me pareceram demais, mas que agora, á luz do que diariamente passa por mim, fazem todo o sentido.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Momentos bons


Sábado, final da tarde.
Um magnifico pôr do sol no mar.

Filhos e pais


Hoje venho falar de um assunto que me incomoda.

Cada vez mais conheço casos de casais idosos ainda com os filhos a morar com eles. Não só a morar como a depender deles financeiramente.

Que diabo é isto? Como é possível que os filhos, na casa dos 40’s continuem em casa dos pais, sem trabalhar, a depender financeiramente destes, SEM FAZEREM NADA.

E atenção porque dos exemplos que conheço, em dois dos casos, os filhos têm educação superior, não são nem nunca foram toxicodependentes, alcoólicos ou afins.

 Agora digo eu, meus meninos, quando os papás morrerem, sim porque seguramente 20 anos mais não vão viver, o que é que os meninos pretender fazer? Só assim de repente, por curiosidade. Acham que a herança vos vai sustentar para o resto da vossa existência?  Ou quando acontecer logo perspectivam uma alternativa? Pois claro iniciar uma carreira aos 50 anos sem experiência nenhuma é uma boa aposta. Contem com isso.

Não quero ser sarcástica, porque cada caso é um caso, mas juro por muito que perspective a questão, não a consigo entender, de todo.

Estar em casa dos pais até aos 30, como a famosa Geração à Rasca, ainda entendo, enfim, mais ou menos. Comprar casa, mobilar, comprar carro são objectivos cada vez mais ambiciosos para quem tem um emprego precário. Apesar de achar que essa já é uma idade limite, uma carreira pode perfeitamente ser iniciada com essa idade. Ainda há muita estrada que pode percorrer.

 Muito diferente é ter 40 ou 45.

É bom ser controlado pelos pais? Pedir dinheiro? Ter tudo pago, mas ter de levar a toda a hora com o pai ou a mãe a entrar pelo quarto dentro? Discutir com a mãe, pela enésima vez, porque lhe voltou a vincar as calças de ganga? Ou porque o arroz tinha muito sal? Aturar as rezinguisses dos pais todos os dias, a todas as horas?

 Não, isto não é normal, não pode ser.

  Petite taliban, só um aviso, que vai ficar em depósito até completares 25 anos, prepara-te porque o pai e a mãe oferecem-te a formação que entenderes onde entenderes até esta idade, depois disso, minha querida filha que és o que eu mais amo, faz-te ao mundo que é todo teu.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Nina



Se fosse para uma ilha isolada, levava a família, os amigos e a Nina Simone. Já me acompanha há 30 anos e é sempre um prazer ouvi-la. É mesmo para me, myself and I, only.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Santini


Que tal uma ida no final da tarde até ao Santini?

 São sem sombra de dúvida: I Gelati più fini del mondo e cá estou eu para atestar isso, pois já sou cliente desde que me lembro, e nenhum gelado me sabe tão bem.

Um gelado por dia nem sabe o bem que lhe fazia.




Encontros


Habitar na mesma cidade onde se passou a maior parte da vida, propícia ocasionalmente, encontros com pessoas que de uma forma ou outra compartilharam pedaços da nossa existência, num passado mais ou menos remoto.

Ex-namorados, amigos dos tempos de escola, ex-colegas de ex-empregos, amigos de amigos, família de amigos, um sem número de pessoas que nos são familiares e que coloriram ou não o pedacinho de estrada que percorremos.


Este lirismo todo para quê? Para dizer que me cruzei com um ex-namorado. É verdade. Não nos viamos á mais de 20 anos e assim de repente ali está ele, com o mesmo sorriso de sempre. Não tive fuga, e também não havia motivo para tal.
Muitos cumprimentos, olás e olés.

Primeiro tempo – análise de invólucros – envelheceu, mas isso também eu. Cabelo branco – me too, apesar de estar devidamente coberto e amadeixado.  Engordou – não quero nem falar nisso, sim?. Segundo tempo – O que é feito de ti? – Casado, filhos, divorciado, casado, filhos, divorciado e avô (por esta ordem) Avô, ena, já cruzaste a meta. Eu ainda vou, vá lá, a dois terços da chegada. Terceiro tempo – Profissão – Gestor Aposentado e Professor – Merda para isto, este gajo em vinte e tal anos deve ter entrado em warp speed, eu ainda nem a meio disso vou. Quarto tempo – o nosso tempo – aquilo é que eram tempos bons, como fomos felizes (deve sofrer de memória selectiva), nunca nos deveríamos ter separado, porque é que nos separamos (mau mau) e quando nos voltamos a encontrar, almoço, jantar, whatever!!!! Quinto tempo – a despedida – Troca de telemóveis, promessas de encontros que obviamente não irão ser cumpridos. Adeus e gostei de te rever, não quero voltar a esperar mais 20 anos para te voltar a ver. Estás na mesma. Que saudades tive tuas!!!

 Estes encontros deixam-me sempre com um sabor a amargo. Detesto quando me obrigam a fazer estas viagens no tempo, quando o tempo que passamos deve ter sido bom mas acabou mal. Por isso mesmo não permanecemos juntos, certo?

A história ficou lá, no passado, e lá deve permanecer. Porquê perder tempo a pensar no que poderia ter sido a nossa vida se tivéssemos feito outras opções. Que depressão do catano…. (hoje estou a portar-me muito bem, ainda não disse nenhuma asneira cabeluda)

É sempre bom sentir saudades de um tempo em que fomos felizes, não tínhamos preocupações, tudo era vivido ao extremo, a primeira paixão, o primeiro beijo, em que tudo era urgente, mas tão somente isso, saudades. Não é viver o presente hipotecado ao passado.

 Quando entro nessa viagem à saudade, muitas vezes fruto de encontros com pessoas do passado, vem-me à memória uma frase que ouvi há muito tempo
 

O que aconteceu em Paris, permanece em Paris.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Problemática dos enchidos



Fomos convidados para uma almoçarada de cozido à Portuguesa, e fiquei encarregue de levar os enchidos.
 - Ó tia, que enchidos é que queres?
- Ó filha traz só os chouriços que o resto eu tenho cá.
- Então queres que leve outra coisa?
- Não. Vinde com fome.
Não podendo levar um chouriço qualquer, ao invés de ir a qualquer hipermercado fui a uma mercearia na Baixa de Lisboa, muito conceituada na matéria. Não queria aparecer com um chouriço qualquer, tinha de ser uma especialidade.
 
- Por favor, pretendo chouriço para um cozido à portuguesa, que seja bom.
- Chouriço ou chouriça?
- Qual é a diferença?
- É dos temperos da carne. Está a ver este, é chouriço. Esta é chouriça.
- Desculpe mas eu não percebo nada disso. Eu quero chouriço para um cozido.
- Isso é muito vago, tem de especificar melhor.
   (ai a merda)
- Ok. Indique-me por favor onde estão os chouriços que eu escolho já. Aqui? Ok vou levar estes dois.
- Estes não são indicados para esse prato, mas sim para assar. Têm que ser picados porque têm muita gordura.
- Muito bem. Então e estes aqui?
- Esses são bons, até para comer à fatia. É uma pena cozê-los. Sabe, eu vou cortar um para a Senhora ver. Está a ver esta febra? Pois, este  tem pouca gordura, até parece salpicão. Quer provar?
- Quero, já que estou aqui. É bom, é. Vou levar dois desses para as entradas. Então e para o cozido? Estes aqui ao lado são bons?
- São (dito com muita indecisão). Quer levar estes? Quantos, 2 ou 3?
- Dois se faz favor, e mais dois dos outros que provei.
- Então são €25,00
- (gaita, vinte e cinco euros em chouriços…. enfim, são bons é o que interessa … ladrões)

- Tia, estão aqui os chouriços. Estes são para as entradas e estes para o cozido. Eu corto os das entradas, não te preocupes.
- Ó filha, onde é que foste comprar os chouriços?
- Na mercearia Tal e Tal, porquê?
- Ó filha mas isto não são chouriços, são chouriças. Não servem para o cozido.
- Não te preocupes tia que eu vou ali ao Continente comprar, está bem?
 
Amiguinho da Mercearia, se me estás a ler vai-te preparando porque não perdes pela demora. Esta semana vais levar com uma chouriça na tromba até caíres para o lado (digam lá que a figura não é linda) .

Implantes


Deveriam ser colocados em todas as figuras públicas implantes cerebrais, com a função de análise/filtragem/lixo, para que pensamentos parvos não se transformem em palavras parvas.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Reunião do condomínio




Programa de sábado à tarde – Reunião do condomínio

Com o espírito de quem levou com um monte de merda em cima, lá fui para a reunião do condomínio do meu prédio. Fodida de todo, Não fui assistir ao sarau de natação da filha, não fui ao cinema, não fui namorar com queria, tudo programas falhados só para estar 3 horas a aturar os pintelhos dos vizinhos. E foi assim:

Há quórum ou não? Há, então podemos iniciar.
Aprovação de contas do ano passado – pacífico (deve ser por ser o primeiro ponto)
Aprovação do orçamento para 2012 – mais ou menos pacífico (ena, o pessoal está a ficar bem comportadinho, pode ser que acabe mais rápido assim, meia hora e estamos na rua, ainda vou à piscina, yes yes)
Eleição da Administração – Inqualificável. (estúpida, ainda acreditas no Pai Natal) Amigos, este é um dos momentos em que eu tenho de reunir todas as forças possíveis para não começar aos insultos, pontapés e puxões de cabeleira. Um horror digno de Hitchcock. Imaginem lá o cenário: O Presidente com voz apagada a dizer, tenham calma, tenham calma, em versão disco riscado. A vizinha do R/C versão século passado,  varina do Bulhão, só faltava a canasta para ficar compostinha. Linguagem, timbre e cheiro condizente (sem ofensa para as varinas). Dois vizinhos que aproveitam as reuniões para troca de insultos de assuntos não contemplados em agenda. Uma vizinha que adora cagar postas de pescada (mais uma portanto) sobre assuntos de que não entende nada. Outro vizinho, ilustre colega de profissão, que aproveita para utilizar palavrões como acolatar para deixar tudo sem saber o que ele quer dizer. Outro que mais parece um armário de 2 portas que afirma com convicção que se alguém lhe chama de aldrabão lhe desfaz a tromba toda. Outro que insiste em me chamar de vizinha Ana, apesar de já lhe ter dito vezes sem conta que não. Um que é vereador da Câmara, mas que de regulamentos camarários não entende nada,. A Senhora que diz que não pode exercer funções de Adminstradora porque sofre de problemas mentais e que se for necessário traz o relatório do psiquiatra e mais alguns que apesar de não serem aqui caracterizados, fazem um barulho danado.
 Por momentos vi-me na pele da Rainha Vermelha, na versão Tim Burton da Alice no Pais das Maravilhas. Seria tão bom poder gritar Cortem-lhe a Cabeça, tão bom.

 Mas nada, estava ali e ia ser a doer até ao final.


Ok, vou-me distanciar da realidade. Vou imaginar que estão todos em cuecas, todinhos… não deu resultado. Então que tal todos moribundos ou mortos, também não, fazem muito barulho. Mascarados? Foda-se. Ou digo alguma coisa ou vou-me embora.
Vou-me embora, é isso!!!
 

Meus Senhores, proferi de pé e em voz alta e de mala à tiracolo, das duas uma, ou a Assembleia decorre a partir de agora de forma civilizada de acordo com o dever de urbanidade, seguindo os pontos agendados na convocatória ou pura e simplesmente impugno esta reunião por não haver condições de permanência em segurança (não tenho a certeza se do ponto de vista jurídico isso é exequível, mas não fez mal porque produziu efeitos). Mas que disparate é este? Onde é que julgam que estão? Aqui não se vende peixe.

Depois foi o silêncio….

A assembleia não acabou, como eu esperava. Antes pelo contrário, continuou e todos se comportaram razoavelmente bem. Deixou-se o ponto das eleições para o final da reunião, uma vez que era problemático, e foi-se avançando com os outros.
Lá se designou a Administração sem grandes tumultos, bom, mais ou menos.

Confesso que até não foi tão mau como perspectivava, apesar de terem sido 3 horas intensas e longas. Acabou bem e ainda ouvi o vizinho dizer-me: Ó vizinha Ana, vou gostar de ver a Senhora como Presidente, tem pêlo na venta. Tudo fica bem quando acaba bem, até ver.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

O melhor do mundo...

- Mãe, o meu professor ficou espantado quando eu lhe disse que tinhas 47 anos.
- Ai sim?
- Ficou mesmo espantado Mãe. Tive de lhe dizer duas vezes.
- Às vezes não se aparenta a idade que se tem.
- Ó Mãe, eu acho que ele pensava que tinhas 48.

Lindo, muito lindo!!!!!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Pura energia



Adoro esta foto.
Com uma caneca assim, o meu acordar iria ser mais enérgico, de certeza.


NB. Esta foto foi retirada do google.

Mudar ou não mudar




É recorrente ler ou ouvir a expressão que “os homens não mudam, nós é que pensamos que sim, que fazemos a diferença. Os sinais estão lá, nós é que não os queremos ver” lalala e mais lalala.

Em revistas, consultórios sentimentais, nos blogues, essa afirmação é bastante utilizada para justificar o insucesso das relações.

Pois então devemos estar dispostas a amar um homem, tal como é, aceitar as diferenças, resignar-se a isso e aprender a conviver com intransigências só porque fazem parte de uma personalidade imutável.
Não concordo. Toda a gente pode e deve mudar, se essa mudança a tornar melhor. Obviamente podem é não estar nessa disposição, mas isso são outros 500.


Nisto de sentimentos nada é linear e há situações que deveriam ser passíveis de sentença  criminal, tal não é o sofrimento que causam.

Acima de tudo não devemos permanecer ao lado de alguém que nos faça sentir diminuídas em relação ao que realmente somos. Uma relação faz-se lado a lado, percorrendo um mesmo caminho, com amor e respeito.

Se assim não for, minhas amigas, há sempre caminhos alternativos que podemos percorrer. Sempre!!!

domingo, 15 de janeiro de 2012

Do além e sítios afins

Confesso a minha incredulidade no que toca a assuntos relacionados com a existência de Deus, de vida após a morte, dos pecados mortais, inferno e céu, videntes, espíritas, mães de santo, magia negra-branca-amarela-grená-azul-fucsia, em resumo a tudo o que não é visível e palpável.

Apesar disso, aceito a militância alheia sem problemas de maior. Tanto que nem entro em discussões estéreis sobre a matéria. Eu sou assim eles são assado e siga.

Mas (há sempre um mas que nos faz botar discurso) no meio desse emaranhado de doutrinas, há uma que me faz muita confusão. A saber, as sessões de espiritismo. Atenção que isto é só um pensamento fundamentado por algumas histórias contadas e excertos visualizados em filmes. Quero dizer que nunca assisti a nenhuma e ainda bem porque não imagino a minha reacção ao ver uma pessoa passar-se por algum dos meus familiares. Fanico ia ter na certa, agora se era para rir ou para partir tudo o que tivesse à mão, não sei. É melhor mesmo não experimentar a bem da minha integridade física e da dos outros. Adiante que este assunto está fora da equação.

Acontece que há uns dias a N. confidenciou-me que é presença assídua do consultório (chama-se assim?) de uma espírita. Gosto de falar com o meu pai, ele dá-me bons conselhos e ajuda-me a tomar decisões importantes – disse-me baixinho. Vou lá sempre que necessito.

E baixinho lhe respondi – Não ponhas essas imagens na minha cabeça está bem? Não quero saber pormenores da tua vida pessoal!!! (se bem que preferia ter feito um interrogatório minucioso sobre esse tema, para aferir da sua sanidade mental)

E antes de a N. se aventurar para um – também devias ir, dei logo meia volta fui tomar um café.
 
Fiquei a pensar, o que levará uma pessoa que considero sensata, a delegar decisões da sua vida nas mãos de uma estranha que se faz passar pelo progenitor (Esta frase, por sí já torna as coisas no mínimo estranhas).

Tomar decisões é umas das prerrogativas da entrada no estado adulto. Nem sempre boas, nem sempre más, fazem parte do nosso processo de evolução e crescimento como pessoas. Delegar noutras pessoas essa aprendizagem atesta uma incapacidade pouco natural, quanto mais se torna incompreensível delegar isso numa pessoa que através de uma pantomina qualquer se faz passar por alguém próximo.
Por mais voltas que dê ao pano, não consigo fazer nada com ele.

Se calhar ir lá ou ir ao confessionário de uma igreja produz o mesmo efeito de procura de ajuda. Bom, não vou por aí que não me leva a bom caminho….

 O certo é que a moça continua a ser sensata, equilibrada, boa amiga e colega, o resto é lá com ela.
 
Mas que a imagem custa a sair da cabeça, ai isso custa!!!!!!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Eu ouvi bem????


candidatos a lugares públicos obrigados a declarar a sua pertença a associações maçónicas?????


Já agora, Senhor-Potencial-Candidato-a-Ser-Igual-aos-Residentes-e-que-Seguramente-Respondeu-a-um-Anúncio-do-Expresso-para-Ocupar-esse-Cargo-de-Onde-Não-Conhece-Ninguém, informe igualmente se é homossexual (onde não existem lobbys de influência), qual a preferência clubística (puros, purinhos), qual a religião que professa (Católica, Opus Dei, p.e., são todos muito isentos e sem nenhuma influência neste estado laico) e também qual o papel higiénico que mais gosta para limpar o cú.

 Não, não e não.

Isto é um pesadelo do qual não vamos acordar tão cedo.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Inveja



“Inveja ou invídia é um sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem. Este sentimento gera o desejo de ter exatamente o que a outra pessoa tem (pode ser tanto coisas materias como qualidades inerentes ao ser) e de tirar essa mesma coisa da pessoa, fazendo com que ela fique sem. É um sentimento gerado pelo egocentrismo e pela soberba de querer ser maior e melhor que todos, não podendo suportar que outrem seja melhor”. Wikipédia


- Foge das pessoas invejosas. Elas são piores que veneno – dizia a minha avó
- Ó, como é que eu sei que são invejosas?
- Pelo olhar. Se estiveres com atenção reparas que os olhos das pessoas invejosas brilham.
- Ó avó, pelo brilho? Então e as pessoas que estão felizes também não brilham?
- É um brilho muito diferente, com os anos vais ver o que eu quero dizer.
- Está bem, está bem…

 Infelizmente, ao longo da minha vida nem sempre consegui fugir dessas pessoas que por defeito, personalidade ou opção professam essa doutrina.

 É um sentimento mesquinho que está na base de atitudes inacreditáveis que, se não é um dos pecados mortais, deveria ser.

 Esse bichinho verde, de dentes pontiagudos que, segundo a minha avó, se reconhece pelo olhar, nem sequer é selectiva. Todos são candidatos, colegas, amigos e família.

Uma vez instalada no corpo do hospedeiro, não sai.

A felicidade alheia chateia. É um aborrecimento constatar que o F. hoje vem muito bem disposto porque se calhar já lixou alguém, que a B. comprou um carro novo, mas está encalacrada com créditos, que o O. tem um perfume novo, mas se calhar nem tem dinheiro para almoçar, que a filha da A. entrou para a faculdade, obviamente por cunha dos pais porque a moça até parece que tem um atraso cognitivo e que a D. subiu de nível, porque deve ter lixado tudo e todos à sua volta. É muito aborrecido, convenhamos, e para neutralizar estes engraçadinhos toca de lançar armadilhas, denegrir, falar mal, porque não se suporta tanta felicidade.

As pessoas esquecem-se é que enquanto estão com o dedo apontado aos outros, vivendo a vida que não é a deles, cobiçando, analisando tudo ao pormenor, irritando-se ao mínimo sinal de bem estar alheio, a própria vida vai passando, estupidamente.




“A Inveja é a Espada que Mais Corta” – Padre António Vieira

 “O objeto de desejo, só nos dá satisfação, quando a conquista é nossa, e não quando é feita em cima da conquista do outro. Destruir o outro, não fará você chegar aonde o outro chegou. Sua personalidade, desejos, características não são iguais as das outras pessoas, então não adianta usar as demais pessoas como medidas para a vida que é SUA”. Márcia Homem de Mello

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Perfuminhos



Ora aqui está um aroma  que não me importaria nada de cheirar o dia todo. É um aroma diferente, muito white musk (se o meu nariz não me engana). Narciso Rodriguez - Essence.

Lontra

Lontra, lontrinha, lontra Amália.
Estas são palavras actualmente mais utilizadas nalguns blogues femininos para caracterizar o estado das autoras depois dos excessos pós- festivos.
Deixem lá de atribuir esse sentido pejorativo ao animal. São tão felizes... gordinhas mas FELIZES!!!!

Idosos

É do caraças.

Ontem fui à farmácia do bairro onde moro comprar um medicamento que tinha de tomar. Fiquei toda contente porque só tinha uma, uminha, umazinha, pessoa – idosa - à frente. Não deve demorar muito, pensei eu. Já tinha um monte de medicamentos à frente, agora deve ser só pagar. Era não era, pois fodi-me!!!

Os netos, a filha, o Natal, o cão da vizinha que faz muito barulho, a amiga que partiu a perna, a própria que caiu e tinha dores “lucinantes” no ombro, Olha lá Manuel Joaquim começa aqui e acaba aqui, estás a ver?  E mais os medicamentos que iam passar para o final do mês porque já tinha pago o do mês anterior, Eu paguei, dizia a senhora, confirma lá ó Manuel Joaquim, ai não foi contigo, então foi com o Joaquim Manuel, então falo com ele. Então e olha lá, este medicamento é para quê? Ai sim, e este? Então este com este é para tomar à noite ou de manhã. Ahh está escrito nas caixas. Está bem. Queria mais uma coisa, deixa lá ver se me recordo…

 Bla bla ba e mais um c@@@@lho.

Obviamente que aqui a amiga saiu de lá passados 45 minutos, a bufar que nem um camelo.

Não tenho nada contra os idosos, nem pensar. Vivi durante muitos anos com a minha avó e com a minha tia, que era da mesma idade primeira, e foram elas que da melhor forma que lhes era possível me ajudaram a ser quem sou. Respeito, educação e justiça era o lema da minha tia. Foi ela que me orientou para a profissão que hoje exerço e por isso devo-lhe gratidão eterna.

Mas (estas histórias têm sempre um) não se justifica que este pessoal, que tem TODO O DIA para ir à farmácia, às compras, às consultas, ao barbeiro ou à cabeleireira, deslocar-se de autocarro, etc., escolha o exactamente o horário em que as pessoas saem dos seus empregos e, em correria têm de tratar de algum assunto antes de, p.e. levar a miúda ao ballet, ou ir fazer o jantar ou qualquer merda porque o dia de trabalho não acaba quando saimos do emprego (que é o meu caso). Lembram-se como era convosco??? Ou a memória já foi com o amigo alemão??
 
E o melhor é que ainda por cima ficam que nem perús quando são chamados à atenção seja por quem for. Vem logo à baila o discurso moralista dos direitos dos idosos e nanana e nanana.

Paciência, muita paciência!!!!!

  

N.B. Por via das dúvidas, vou guardando estas postagens sobre idosos em depósito perpétuo, não venha eu a necessitar de os ler daqui a uns 40 anos, ou se calhar antes. What goes around comes around… always, e eu não gosto nada de levar com cuspo na cara.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Médicos



Não entendo.
Será que alguém me sabe explicar quem é que controla a quantidade de horas que os médicos trabalham? Os camionistas, os pilotos e afinal todos nós somos controlados quanto a isso. Quem é que controla os horários dos Senhores Doutores Médicos?

Hoje tentei marcar uma consulta para um senhor-doutor-muito-conceituado-e-muito-recomendado. Dirigi-me ao consultório.   A funcionária disse-me logo que: Hoje o Senhor Doutor vai dar consulta, mas não sei a que horas vai conseguir sair do Hospital. Hoje está a operar. Pode vir a partir das 18h00 e esperar. Está bem, respondi.
À hora combinada lá estava eu. Acabei por meter conversa com a funcionária que não era nada contida na conversa e fiquei pasmada. O Senhor Doutor, disse-me, trabalha muito, coitado. Faz serviço no Hospital XXX e no Hospital YYY. Tem clínica própria na Pata-que-o-Lambeu e ainda faz serviço em mais duas clinicas. É muito bom médico, por isso é muito solicitado. Às vezes até dá consultas ao domingo, veja lá.  

Mau, mau, pensei. Isto não me agrada nada.

Por volta das 20h00 lá chegou o médico, completamente alucinado. Entrei, olhou para mim, viu os exames e cagou a sentença, Isto é para operar. Pode ir para um hospital público e ser operada daqui a 6 meses. Eu faço serviço na Clinica Chulos & Chulos e no Hospital Privado Chupista. Se precisar de orçamento peça na recepção. Informe-me da sua decisão.

Portanto, vamos a contas: paguei €80,00 por 5 minutos do precioso tempo deste cretino. E enquanto estava a pagar e a pedir o orçamento (€5.000,00) o moço aviou mais outra cliente.

Desculpem lá a aversão a estes profissionais (que todos, infelizmente, necessitamos), mas quem é que os controla? São seres sobredotados que não necessitam do descanso normal de qualquer  humano? Este pessoal  não é normal. Como é que alguém consegue fazer uma noite de vela (acho que se diz assim) e no outro dia andar a fazer piscinas entre clinicas e hospitais para dar consultas e até talvez operar?

Nem pensar, amiguinho. Tu não vês mais a cor do meu dinheiro e nem precisas de afiar a faquinha porque comigo não te safas. Bardamerda


Casamento



- Já sabes que o  nosso colega F. se vai casar? Com um gajo?
- Sei, porquê?
- Nem queria acreditar. Que horror.
- Horror porquê?
- Acho imoral. Não concordo nada.
- Não há nada para concordares. Tens a tua opinião sobre o assunto e mais nada.
- Ó, lá estás tu. Será que vão usar alianças? Mudar de nome?
- Só se não quiserem.
- Achas que vão vestidos de igual? Isto faz-me uma confusão danada.
- Se isso é importante para ti, eu faço-te o relato da cerimónia.
- Tu vais ao casamento? Não acredito, a sério?
- Vou e levo a minha família. Olha lá tu não tens mais nada para fazer? Que seca que estás hoje!!!
- Não estou nada. Mas a tua filha vai? Que horror, que mensagem vai passar para ela?
  (suspiro)
- Mensagem de amor, de igualdade, de justiça, de tolerância pela diferença… chega?
- Por essa ordem de ideias qualquer dia estão a celebrar casamentos entre pessoas e animais, não?
- Não te fazia mal pensar um bocadinho antes de falar. Estás a comparar o que não é comparável. Isso são distúrbios do foro psiquiátrico.
- Desculpa, é a mesma coisa. Tudo isso é contra natura. Afinal o objectivo do casamento não é procriar, continuar a espécie? Como é que eles vão fazer isso?
- Já cá faltava a homília dominical. Tu tens direito a ter opinião sobre o assunto assim como eu. Não são compatíveis e  não há problema nenhum nisso. Não me melgues mais. Se queres mais pormenores, vai falar com o F.
- Mesmo assim acho que não devias ir.
- Estou tramada contigo. Vamos tomar um café e falar dos saldos.




"Eu permito a todos serem como quiserem, e a mim como devo ser."

[Chico Xavier]

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Malas de perdição








Malinhas que poderiam perfeitamente morar lá em casa.
São da Coccinelle, para quem estiver interessada. Eu estou!!!!!!!

Bichinho, bichinho


Gosto muito de animais, desde que não me piquem, mordam ou sejam excessivamente barulhentos (se bem que nesta última categoria, até consigo ser bastante tolerante).

 Confesso que de entre todos, os cães são os que mais me fascinam. Todas as histórias de cães, tanto em livros como em filmes, me puxam para o sentimento. A lealdade e a devoção canina ao seu dono parece-me ser uma ligação divina, perfeita. Quem viu o filme Hachiko sabe do que estou a falar.
 
Mas nem sempre as coisas se passam assim. Lá em casa já habitou um, o Buda, que, provavelmente pelos maus tratos que sofreu em pequeno, nunca se conseguiu integrar na família. Mas, e apesar de não ter sido uma boa experiência, deixou muitas saudades. Ainda hoje, quando ma petite taliban olha para o céu, diz sempre que “aquela estrelinha é o budinha”.
 
Bom, mas não é disso que eu quero falar.

 Há uns tempos li, numa revista alucinada que os animais domésticos, com o tempo e a convivência acabam por adquirir hábitos humanos. E mais, referia também que cada um de nós tem preferências quanto à escolha do animal, motivada pelas parecenças físicas e psicológicas do bicharoco connosco. Connosco? Como já era maluqueira a mais, deixei a revista e nunca mais pensei nisso.

Ontem, fui até um parque nos arredores de Lisboa, uma vez que o sol estava lindo e a garota com muita energia a pedir para ser gasta. Quando finalmente me sentei, comecei a ouvir um som que vinha em crescendo. Era o de um caniche mínimo que parecia possesso. Quando chegou ao parque, sem trela e muito à frente da dona, começou a ladrar a todos os miúdos que lá estavam.

Só depois ouvi um, Hércules, anda cá!!! Hérrrrcullles!!!!!!

Ora, ora, afinal o artigo tinha algum fundo de verdade. A dona do Hércules era a versão humana do caniche-duracell. Pequenina, magrinha, voz esganiçada, irritante e contínua.

Incidente ultrapassado, e para comprovar a teoria, fui observando as pessoas que por lá andavam a passear os respectivos bichanos. Não cheguei a conclusão nenhuma, obviamente, mas até que nalguns casos, enfim, eu diria que as parecenças são muitas, mesmo.