terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Ter filhos, ou não

Os meus primos P. e C. formam um casal engraçado. Estão casados há 17 anos e não têm filhos por opção própria, e mesmo após anos de massacre por parte da família, amigos e conhecidos, não se demovem da decisão. Não querem ter filhos, e fazem muito bem. Já existem demasiadas crianças que sofrem porque os pais, por força da pressão, resolveram tê-las mas não criaram espaço para elas na sua existência.
Comungam dos mesmos gostos e não se coíbem de concretizá-los, quando é viável, evidentemente.
São pessoas carinhosas, abertas e livres, como todas as pessoas “sem âncoras” são. O mundo é deles e eles aproveitam ao máximo.
Apesar disso, não deixam de ser tolerantes com crianças, e até mesmo com os garotos mais rezingas. São presença obrigatória em todas as festas de aniversário dos piriris da família e amigos.
Os pais já desistiram do massacre, mas apesar disso continuam a manifestar o desgosto de não terem netos, porque assim e porque assado.
Este fim-de-semana falou-se neles e foi objecto de discussão acalorada lá por casa, em família. Uma facção dizia que um casal sem filhos é um “deserto”, que é uma vida em comum sem objectivo e sem sentido, e a outra (onde me incluía) defendia que essa é uma decisão do casal e que a opção de não ter filhos não deve ser sequer questionado.

Foi, obviamente, uma discussão estéril, sem conclusões.
À laia de reflexão, porque carga de água todos temos de ser pais? Porque é que se um casal não quer procriar é logo apelidado de egoísta, fútil e irresponsável. Pelos vistos é uma opção não aceite pela maioria das pessoas. Já todos ouvimos comentários do género, bom se não têm filhos é porque não devem conseguir engravidar, ou então, se não conseguem deveriam adoptar. Nenhum dos comentários admite a hipótese de tão somente não se querer engravidar, sim, porque isso é absolutamente impensável. 
Ainda outras questões se levantam, como p.e. o facto de na velhice se ficar sozinho, não ter ninguém que olhe por eles, ou ainda comentários do género: se tivessem tido um filho, agora não estariam nessa solidão, teriam quem cuidasse de vós, como isso fosse uma garantia absoluta. Aliás é só ver as urgências dos hospitais para aferir a relatividade dessa garantia.
Por isso priminhos, um brinde a vocês, à vossa felicidade e à liberdade de escolha. Que se mantenham assim por muitos anos.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

É com bastante interesse que irei ver o filme “A dama de ferro”, tanto que espero não sair de lá com uma desilusão. Depois comento.
 
Agrada-me bastante ver mulheres em posições de liderança, quer a nível empresarial, politico, desportivo, seja o que for.

Acompanhei as vidas de algumas, através da leitura de livros biográficos, ou mesmo ao vivo, como foi o caso de Margaret Thatcher. Fez jus à sua alcunha de “Dama de Ferro” com a sua personalidade forte e intransigente – Mudem vocês se quiserem, esta senhora não foi feita para dobrar -. Travou duras batalhas; as privatizações, subida de impostos, as Malvinas, os sindicatos e a mais conhecida, contra o IRA. Ainda me recordo perfeitamente da greve de fome de Bobby Sands que culminou com a sua morte em 1981 e que criou uma onda de comoção em todo o mundo, mas Margaret limitou-se a agir conforme a sua consciência – Crime é crime, não é política. Sofreu por isso um atentado que por pouco não a vitimava. Mas nem isso a demoveu – O facto de aqui estarmos todos, só quer dizer que falharam – comentou a propósito do incidente.

Marcou o seu lugar na história. Um mulher admirável.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Dog day

Há dias em que me apetecia ser cão (cadela seria mais apropriado, mas dada a carga negativa associada à palavra, não necessária a este texto perfeitamente inócuo, a associação vai ter de ser ao cão e não se fala mais nisso).

Gostaria de ser cão num dia bom, sem chuva, sem frio, sem fome, sem os carros que se atravessam à nossa frente, sem pessoas más, sem outros cães irritados, sem trelas, sem donos. Ser cão de barriga cheia, livre, ao sol e, vá lá, com pulgas porque nada é perfeito.

Rosnar ou morder a quem me irritasse, dar marradinhas e abanos de cauda aos amigos, passear sem destino, dormir ao sol, bocejar com a boca toda em qualquer lado, espreguiçar-me muito, alçar a pata para os xixis e baixar o rabo para os cocós, dormir mais um bocadinho, ladrar com toda a força só porque sim.

Não ter carro, não ter casa, não ter nada, mesmo nada. Não ter de me vestir nem calçar, não ter de me maquilhar, não ter de me preocupar com os cabelos brancos que já se notam nem com a ementa do jantar. Não ter invólucros para exibir nem compromissos para atender. Só ser cão.

Não se preocupem, não ensandeci, mas há dias assim e hoje é um deles.


Texto pós natalício

Hoje, em conversa com uma colega, debatendo o tema do Natal e das prendas e de como era na altura em que éramos crianças, tive uma epifania.

Finalmente realizei que o que fica na nossa memória dos Natais passados não são as prendas que recebemos (lá uma ou outra mais importante fica, claro) mas sim as reuniões familiares. Os primos, os tios, os pais e irmãos, os avós, todos reunidos há volta da mesa. Da casa cheia de pessoas, das mesas que se acrescentavam com tábuas para que todos se acomodassem. Do tio que se vestia de Pai Natal todos os anos, da tia que fazia um pudim de ir às lágrimas (e diarreia também quando o comíamos quente) da mãe, da avó e das tias na cozinha, da ronda cerrada que fazíamos às prendas, da descoberta do choque eléctrico quando brincávamos com as luzes da árvore de natal e do cão do meu tio, o Faru, que um belo ano resolver fazer xixi por cima das prendas todas. Ficaram benzidas dizia o meu tio, perante o nosso olhar horrorizado. Da missa do galo, dos carolos dos primos mais velhos, dos segredos e experiências trocados com as primas, do meu pai e tios alegres (i.e. bem bebidos) a fumar uma cigarrada na varanda, para não dar o fanico à minha avó.

Estas são as verdadeiras recordações dos Natais passados. Das pessoas que por qualquer motivo já não estão na mesa e que num passado mais ou menos remoto estiveram.

Acabaram-se as venetas de ir passar o Natal na praia, ao sol. Tenho de elevar o meu pensamento e esquecer a minha forma estúpida de não gostar do Natal só porque agora somos tão poucos e que tudo é diferente.

Cabe-me agora a função de proporcionar as mesmas recordações.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Conselhos

Não gosto que me dêem conselhos sobre como educar a minha filha.

Se há máxima que eu sigo com rigor é a de que é mais fácil educar os filhos dos outros do que os nossos, por isso tenho uma grande intolerância a opiniões e criticas que envolvam o meu rebento (até porque não só não reconheço em ninguém dotes especiais e superiores para a função, como também em termos de obra feita, não me lixem, sim?).

Não sou uma mãe super protectora. Sou atenta. Gosto de ler e me informar sobre as formas de agir nas diversas fases que os miúdos passam. Sou exigente. Não aceito bem erros por desatenção ou por brincadeira, na escola. Não me entusiasmo facilmente com os bons trabalhos ou com notas boas, que poderiam ser melhores. Sou assim não porque gosto, mas porque entendo que devo ser assim.

Da exigência advém a excelência. Quero dotar a minha filha destas armas para que se defenda, para que siga o curso que quer e não o que está ao alcance da média obtida. Sei que é um objectivo ambicioso e sujeito a factores subjectivos que terão de ser considerados (nomeadamente a vontade própria). Mas não desisto, porque quero o melhor para ti, filha.

Tendo isto em consideração, porque carga de água tenho de ouvir filhaputisses do género, não deve ser tão exigente com a sua filha, um dia ela ainda a vai odiar, isso aconteceu comigo e com a minha mãe, nanana e mais nanana. Olha amiguinha, se fosses para o c@r@lho  é que te faria bem, especialmente se daí resultasse uma criança, para podermos voltar ao assunto daqui a uns anos. Não esbanjo amizades mas estes momentos não são nada favoráveis à manutenção de um relacionamento, nada mesmo. Por isso amiguinha, se ficaste ofendida com a resposta, da próxima, se houver próxima obviamente, ficas caladinha porque ninguém te pediu opinião. Bardamerda.

Dia D

Está-me a parecer que hoje vai ser um dia jeitoso, vai vai. Começou logo pelas 9 horas com conversinhas manhosas da chefia sobre remunerações, porque torna e porque deixa e porque sim e porque não e nanana e nanana, da qual resultou a marcação de uma reunião geral para a tarde.
Resultado e moral da história, vamos ter zunzuns até lá, vai andar tudo de cabeça no ar e ninguém vai ter condições de fazer um c@r@lho, e eu com tanta coisa para tratar. Obrigadinha chefe, és um gajo porreiro.
Em antecipação à temática a ser discutida, já estou mentalmente a preparar resposta. Por isso amiguinho se vens com a treta de sempre dos resultados, aconselho-te que não vás por aí, e ambos sabemos porquê. Excesso de pessoal, prepara-te que me vai dar um fanico dos grandes, uma vez que foste tu que colocaste cá uma imbecil de uma barbie que não faz nem ponta nem base de um corno. Se temos de produzir mais, também não é aconselhável a abordagem dessa temática, uma vez que a maioria das pessoas sai bastante tarde, sem remuneração adicional. Por isso, trabalha tu mais, em vez de andares a coçar a barriguinha e a colocar o cabelo por detrás da orelha.
Agora, se tiveres outra abordagem, tipo, o presidente manda dizer que fomos os que mais nos esforçamos no ano anterior, como tal agradece o esforço e o empenho num ano que se revelou difícil, e que iremos ser adicionalmente compensados (já estou no delírio) isso já é outra conversa. Vamos ficar todos com um sorriso até ao cú, com a promessa de que irá haver amanteiganço até o prémio se tornar efectivo. Vais ter uns meses de glória, só te digo.
Anualmente temos de gramar este teatrinho. No final acaba sempre por produzir o mesmo resultado, os manteigas-dos-açores-com-sal bem avaliados e recompensados, e os patés-de-sardinha mal avaliados e recompensa nem cheirá-la, independentemente da produtividade.

Detesto isto.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

I like it .... move it, move it

A conselho da médica tenho de fazer caminhadas, pequenas corridas ou seja, exercício fisico.
Como no final do dia é complicado conseguir conciliar as actividades da pequenada com idas ao ginásio resolvi começar a levar os ténis dentro de uma mochila para o emprego e no final do dia vou a pé até à escola de ma petite taliban.

Ou seja, em termos de distância são 2,5 Km que se fazem lindamente.
Enquanto não chover vai ser a minha actividade fisica diária. Quando chover, logo se vê, se calhar vou voltar a dar uso à passadeira que mora cá por casa.

É  uma forma económica de praticar algum exercício, só implica ter uns ténis ou sapatos confortáveis,  mais ou menos discretos que se conjugem com a roupa do dia-a-dia. Já agora um Mp3 ou Mp4 ou seja lá o que for que dê música, é simpático para se ir distraída.

Se bem que, para ser sincera, hoje as minhas perninhas deixaram de me falar. Acho que as vou colocar de molho para ver se ficam mais simpáticas. Ai!!!!!!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Profissões


Ainda a propósito do post anterior, pois também não gosto nada de políticos em modo de rapina.

As tabelas de IRS vão ser actualizadas no final deste mês (segundo o que li num jornal). Quando digo actualizadas, obviamente que serão aumentadas.

Raistapartissem.

Profissões

Adicionei mais uma à minha listagem de profissões, enfim, que eu detesto, pronto está dito. Então médicos, professores, polícias, mecânicos e agora auditores externos.

Não tenho paciência, não tenho mesmo!!!!



NB. Só para não  me armar, há imensa gente que diz o mesmo da minha.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Tolerância de Ponto



Então não vamos ter tolerância de ponto no Carnaval?

Ai sim?

Então vamos por partes, (...) há um conjunto de grandes empresas de vários sectores de actividade, como o automóvel, cimenteiro, têxtil, calçado, banca ou construção, demonstram que há centenas de milhares de trabalhadores da actividade privada que não vão trabalhar no Entrudo, muito bem, e (...)As escolas têm, desde há muitos anos, uma paragem do seu tempo letivo,  normal, durante o período todo de Carnaval, não é na terça-feira de Carnaval,  é durante o período todo do Carnaval, têm praticamente uma semana de paragem  letiva que estava programada e se manterá, o que não quer dizer que os professores  não trabalhem à terça ou à segunda-feira ou aos outros dias, os alunos é  que não vão ter aulas(PM dixit) Não percebo a eficácia de os professores irem trabalhar sem aulas para leccionar, mas devo ser eu que tenho visão curta. Mais, diversas Câmaras Municipais vão dar tolerância aos seus funcionários.
Fazendo as contas, acho que o sector do turismo não tem muito que se preocupar em relação à afluência nesta quadra porque, afinal quem é que NÃO TEM TOLERÂNCIA???

 Palhaçada.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Frio

Será que a nossa comunicação social se esqueceu que estamos em Fevereiro? Tanta comoção por causa da descida da temperatura porquê? Não estamos no Inverno?

Crazy people!!!!


N.B. Que tal abrirem as estações do Metropolitano aos sem abrigo durante todo o Inverno? Também faz frio nos outros dias.