segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Modo off

Hoje não me apetece.

Começo a ficar cansada de tanta maluqueira à minha volta – comigo incluída, obviamente -.

Ela é a maluca da Barbie que me dá nos nerves, são as inspecções no emprego, são os colegas que não fazem nada do que lhes recomendamos nas formações (cujas consequências sobram para …. nós, obviamente), é a tensão alta e mais o exercício físico diário, é a dieta que já não está com nada, é o condomínio que está um caos, é o ATL da filha que, de repente, começou a fazer exigências absurdas, as festas de final de ano da filha, mais o espectáculo do ballet, e agora tenho de respirar, porque isto de escrever assim de rajada, cansa.

De maneiras que, com tanto fogo para apagar só me apetece mesmo é fechar a torneira. E é mesmo isso que vou fazer.

Hoje não me vou ralar com nada. Vou entrar em modo autista, só para ver como vai correr.

Depois vos conto.

Viva os noivos

Ontem fui a um casamento. Quarta feira parece-me ser um dia tão bom quanto os outros para se casar.

Quando cheguei já estavam todos reunidos e prontinhos a iniciar a cerimónia. Procurei a noiva e o noivo, mas não encontrei. Só uma mancha verde próxima de alguém que deveria ser o notário. Enganei-me na sala, pensei. Mas olhando melhor, reconheci a noiva, o noivo e os padrinhos que estavam todos vestidos que nem alfaces, verdes.

Tenho de começar a dormir mais, pensei. A esta hora (17h00) já estou a alucinar. Acho que até comecei a ouvir a banda sonora do Twilight Zone.

Bom, o casamento decorreu dentro da normalidade, muitas fotos, beijinhos e abracinhos,  mas que diabo, verde?

A meio do copo de água  ouvi alguém comentar que estão muito bonitos, parecem ET's, onde é que deixaram a nave espacial? Demais!!!

Não sei se é moda mas isso é só um pormenor nada importante. Que sejam muito felizes é o que eu desejo. Verde é como quarta, uma cor tão boa quanto as outras.



Como explico?

Ó mãe, não entendo, então o pipi das meninas não deveria ser a pipi, assim como a pilinha o pilinho? Não percebo mãe, explicas-me?

Ser mulher

A ida ao cabeleireiro do meu bairro equivale a um dia de terapia zen. Conversas banais e leves sobre todos os assuntos enquanto nos arranjam as mãos, os pés ou o cabelo. Ler revistas cor-de-rosa, a televisão sempre sintonizada em novelas ou em talk shows pimbas (que ninguém me oiça senão sou banida da confraria) e quando nada disso nos atraí há sempre a hipótese de ouvir as conversas alheias.



Conhecemos os filhos umas das outras, os problemas de saúde, conjugais, financeiros, as profissões, as preferências, enfim tudo. Trocamos ideias sobre as cores de vernizes ou sobre o tom dos cabelos, nada de muito elaborado. Ali não há discussões só trocas de ideias. Não há combinações de almoços, jantares ou saídas.

Um universo feminino de cumplicidades que se inicia à entrada e termina à saída. Muito zen é o que eu digo.

Só faltava isto…

Só faltava isto…

Como já vos contei, o condomínio do meu prédio é administrado por um condómino que, por estar reformado e gostar destas actividades, se ofereceu para desempenhar as funções. E assim permanece há uns anos, e pasmem, de forma graciosa. Nada a apontar, a não ser, por vezes, algum excesso de zelo, que para mim, dada a qualidade do pessoal que por lá habita, acaba por ser mais uma virtude do que um defeito.

 De maneiras que, e para estragar a harmonia, a peixeira de serviço (com todo o respeito que as peixeiras me merecem) resolveu entrar em modo bipolar e literalmente desancar o senhor condómino. Uma verdadeira cena canalha.

Motivo principal da quezília: as obras da casa da porteira estarem a ser efectuadas sem o devido reporte aos restantes condóminos.
Consequência: Demissão tempestiva e irredutível do administrador em funções, que não está para aturar malucas.

De imediato foi criado um comité de salvação nacional, armado com escudos, coletes à prova de bala e gás lacrimogéneo, para confrontar a peixeira interveniente na acção, sobre os verdadeiros motivos que levaram a tamanha afronta. A resposta, após alguns pés, efes e cês, foi que nunca gostei do focinho desse senhor. Típico de uma senhora que em tempos teve a polícia à porta por bater não só no pai como também no namorado. É de força a bicha. Mas dentro da casa dela, pode bater a quem quiser ou a quem a deixar bater, obviamente.

Resultado e moral da história, agora estamos em auto gestão, com obras a decorrer, orçamentos a pedir, um não acabar de pintelhísses a deixarem-nos sem alternativa. Temos de convocar uma assembleia para nova eleição da Administração. Ó que caralho de gente.

Back to life, back to reality - Barbie #5

Isto começa mal!!!
 Uma manhã inteira de lamentações, quando em 5 minutos teria resolvido a questão.
Ou seja, estar em permanente modo drama é a característica da nossa Barbie. Já para não falar da capacidade que a moça tem de gerar um flash mob à volta do tema.

De maneiras que foi uma manhã completamente improdutiva, com uma cambada de parolos (masculinos, é claro) de volta da Barbie, sem fazer nada.
No final do dia um dos parolo-desgraçados-a-pensar-que-pelo-facto-de-ter-vindo-de-férias-estaria-com-melhor-feitio comentou comigo
- Coitada da Barbie, está arrasada. Até eu fiquei incomodado.
(resposta conjugada com olhar furibundo de marabunta)
- Ó R. deixa-te de pintelhísses e deixa-me trabalhar. Já estou farta.




 
Ou seja, está tudo a regressar ao normal.

Barbie Sonsa #3

- Doutora posso ter um privado consigo?

- Se pode ter um privado, acho que sim, desde que seja rápido. Entre e sente-se.

- Vou fechar a porta se não se importar.

- Então, o que se passa?

- Não me leve a mal, mas eu acho que a Doutora não gosta de mim. Gostava de saber porquê.

- Mas que disparate é esse?

- Eu tenho a sensação que me trata de forma diferente das outras pessoas.

- Pois é mesmo sensação porque eu trato todas as pessoas por igual, não faço distinções. Mas diga-me lá uma coisa, como sabe estamos com um afluxo imenso de actividade, temos prazos e as solicitações são mais que muitas; repito, estamos todos muito ocupados, incluindo a Barbie, como é que ainda tem tempo para se preocupar com essas questões ? Se eu gosto de si? Mas que maluqueira é essa?

- Está a ver (a choramingar) a Doutora não trata ninguém assim como me está a tratar a mim.

- Ó Barbie, não a quero perturbar porque estou a ver que é muito sensível, mas acha que algum dos seus colegas entra aqui com essas questões? Acha que no local de trabalho existem essas premissas de gostar ou não gostar? Tenha juízo está bem? E já agora já me tratou do assunto que lhe pedi?

- Ainda não Doutora. Tenho estado aqui consigo!

- Então deixe-se disso e vá lá tratar do assunto que é urgente. Eu gosto de si como gosto de qualquer pessoa que trabalha aqui. Não pense nisso.

- Eu não digo, a Doutora comigo é muito brusca.

- Ó Barbie, (estou a ficar no limite) vá tratar do assunto por favor. Está bem assim?

- Com licença Doutora.

- Está licenciada.



(acho que hoje vou ter um dia fodido…..)

Barbie Sonsa #2


Abordagem de tema, consoante o género

Com gajas:
- Dra. posso?
- Pode, claro, diga lá.
- Eu tenho de faltar esta tarde, porque vou ao médico.
- Claro. Está tudo bem?
- Ando um pouco cansada, mas nada de grave.
- Vá ver isso então, não tenha problemas, a saúde está em primeiro lugar.
- Obrigada. Com licença.
- Está licenciada.

Com gajos:

- Senhor Dr. posso incomodar?
- Não incomoda nada, sente-se. Então que se passa?
- Eu preciso de faltar esta tarde. Já falei com a Drª tal_tal e ela autorizou-me, mas mesmo assim achei que lhe deveria comunicar.
- Ó Barbie, então, está doente? Não se sente bem?
- Ando muito cansada e a sentir-me muito mal. Ainda há pouco quase desmaiei. Não sei o que tenho.
- Veja lá, não a quero aqui nessas condições. Se quiser vá para casa.
- Não Dr. eu já pedi à Drª e vou esta tarde ao médico. Vou ver se consigo aguentar-me. Com os telefones sempre a tocar e tudo o resto… mas eu aguento. Não se preocupe Dr. Eu estou bem.
- Não. Vai já para casa. Eu falo com a Drª tal_tal.
- Ai Dr. não faça isso porque senão ainda pensa que fui eu que vim pedir.
- Não se preocupe. Vá para casa e as melhoras.

Resultado:

- Ó tal_tal, mandei agora a Barbie para casa.
- Então, piorou? Ela tinha médico esta tarde.
- Não estava em condições de estar aqui, quase desmaiou.
- Ai sim?
- Não me diga que não deu por nada. A rapariga está transparente.
-Não reparei. Mas sendo assim, ainda bem que a dispensou.

Ai se eu te pego, ai ai

Dentro de uma das casas de banho, ao telemóvel, enquanto a me myself and I  lavava as mãos
- Tou Pedro. Olha vou sair agora. Dispensaram-me. Sim. Vou ter contigo à Baixa. Achas que o Miguel consegue arranjar uma justificação? Não faz mal, eu digo que me esqueci de pedir. Beijinhos e até logo…. Drª, não sabia que estava aqui. Estava a ligar ao meu namorado para me vir buscar.
- Ai sim? Então está a sentir-se mal?
- Não estou a sentir-me muito bem, é verdade. Acho que estou com tonturas..
- Certo, certo. Então vá tratar de si.
- Obrigada Drª
- Divirta-se…
- Com licença
- Está licenciada.

Barbie Sonsa


Andava eu tão contentinha.

Passo a explicar. Há uns meses apareceu lá no nosso "burgo" uma menina, pela mão do chefe com muitas recomendações. É uma menina muito trabalhadora e que precisa da nossa ajuda, de todos.

Bom, pensei, se é para trabalhar venha ela.

Ao longo dos meses essa menina revolucionou o nosso dia a dia. Até o meu que andava contentinha a assistir áquilo tudo. Então, duas facções foram logo identificadas, a dos homens, estupidos que nem só, e das mulheres que não suportam este tipo de sonsa, mas que não conseguem agir com frontalidade.

Dos homens, os factos são no mínimo para rir. Desde disputarem-se para ir buscar a menina a casa, porque mora longe e deita-se tarde porque ainda está na faculdade, até irem almoçar aos magotes com a menina para não perderem pitada. De referir que a moça dá secas monumentais a todos eles,  estilo meia hora para sair de casa com qualquer um deles à porta à espera, ou então liga ao B ou ao C a perguntar se lhe dava muito mau jeito ir buscá-la à faculdade, porque o meu pai hoje não pode. Andam todos aparvalhados com a menina, de tal modo que nem reparam nas figurinhas que fazem. Até o chefe. Foi um gozo ouvi-la dizer, ó doutor, tem de usar baton do cieiro, está com os lábios muito congestionados ou então Ó B. veja lá se não pode ir buscar-me, não quero arranjar problemas, tem namorada não tem? Por favor, veja lá.
O que safa é o meu amigo T.,  a.k.a.  besta anti-social , que prontamente se referiu ao assunto nestes termos : O c@r@lho é que ficava à espera. Mais depressa subia a escada e lhe dava uma trancada. Estes gajos são todos uns enconados.Se a gaja me falasse do cieiro da boca, perguntava-lhe logo se ma queria hidratar. Até lhe fazia uma sugestão ou duas se ela quisesse. É o meu herói.

Agora temos a facção feminina. As víboras, onde eu e outra colega, tentamos não nos inserir. É um fartote ouvir o mulherio de fileira cerrada contra a sonsa da menina. Estratégias de ataque foram definidas e não tarda, a guerrilha vai começar.
A menina também não as poupa, definindo-as como invejosas e infelizes, velhas e gordas, feias e cheias de pêlos.

Ora bem, enquanto o pessoal andava nestas andanças, a serem estupidamente manipulados por este exemplo de astúcia, andavamos as duas divertidas, e até a tecer alguns elogios à menina que através da arte da sedução, ia conseguindo o que queria.

Mas, pelos vistos no meio da astucia também há estupidez ou imaturidade. Ainda não aprendeu que não nos podemos dar mal com todos os elementos de uma facção ao mesmo tempo.

Então a moça, que está sob a nossa supervisão, resolveu subir a parada e atacar as únicas que permaneciam, divertidíssimas, em terrítório neutro. Eu sofro de T.P.M, porque de vez em quando "desanco" o pessoal que me chateia com pintelhisses, a colega pelo aspecto deve ser lésbica, de certeza. Estás f@did@, amiguinha.

Ó Barbie (inventei agorinha mesmo), que merda é essa de eu sofrer de TPM?
Eu não disse nada disso
Ai não, ó C. chega lá aqui. Olha lá, afinal que merda é que esta te contou? Eu sofria de TPM e a T. era lésbica, certo?
Bom, não sei se foi bem assim
(entretando a moça já tinha mudado de cor, a fingir um desmaio)
Não vale a pena dar-lhe nenhum fanico porque vamos todos ao chefe e resolvemos já a questão. Já estou farta de sonsas.

 O que se passou depois não merece reparo nem importância.
A guerrilha vai continuar da parte do mulherio e a parvoeira da parte dos homens. É endogeno e não há nada a fazer. A menina vai continuar por lá, fazendo os estragos que lhe deixarem.
Andava eu tão divertida....

Natal

Aproxima-se a data. A indiferença e preocupação dos adultos é substituída pelo entusiasmo contagiante das crianças. Por elas, só por elas, dizem alguns. E fazem muito bem. Por elas podemos esquecer por um dia, ou dois, as preocupações, o ano que lá vem, os aumentos, o governo, tudo!!!

As crianças precisam da nossa alegria, do nosso tempo, de saber que está tudo bem, mesmo que este ano só tenhamos comprado uma prenda. Não importa. Precisam de nós.

As crianças e os nossos pais, os tios, os irmãos, nós próprios precisamos que este Natal seja especial. Não importa as prendas, importa que estejamos uns com os outros.

Os pais e os tios estão a ficar velhos e frágeis. Também eles necessitam de nós para lhes transmitir a confiança de que aconteça o que acontecer, estamos cá , podem contar connosco.

É preciso reforçar os laços familiares e de amizade, e esta é uma excelente altura para isso.

BOAS FESTAS

Para emoldurar

A vida é breve, mas cabe nela muito mais do que somos capazes de viver

José Saramago

- Estás pronto, tio? Estou aí dentro de 5 minutos.
- Olha lá, vens buscar-me mas hoje tenho de regressar mais cedo.
- Está bem. Queres que te traga a que horas?
- Não sei, quando puderes. Logo a seguir ao almoço, está bem?
- Logo a seguir ao almoço, mas porquê, tio?
- Porque amanhã muito cedo tenho consulta marcada e não posso chegar atrasado.
- Não podes chegar atrasado? Está bem. Já estou à tua porta, vem descendo.
- Então conta-me lá, porque é que tens de chegar cedo hoje.
- Porque tenho de preparar os exames para levar amanhã para a consulta. Já sabes que agora faço tudo devagar. A cabeça não ajuda.
- Está bem tio. Logo, quando te vier trazer ajudo-te a preparar os exames, está bem? Assim ainda lanchas lá em casa.
- É melhor ser a seguir ao almoço. Ainda tenho de preparar a roupa, e já sabes que eu demoro.
- Está bem, eu trago-te quando quiseres. E ajudo-te com a roupa também, não te preocupes.
- Mesmo assim tenho de chegar cedo. Não me dava jeito nenhum ir almoçar convosco hoje.
- Queres que vá contigo ao médico?
- Não, claro que não. Não sou nenhum incapaz. Consigo fazer a minha vida sem a tua ajuda. Não estou assim tão velho. Não tarda nada ainda me pões num lar, cheio de velhos à espera de morrer. Triste fim o meu. Trabalhei toda a minha vida, ajudei todos e agora acabo num lar abandonado (choramingo). Já se sabe, com 80 anos não se espera outra coisa. .
- Ó tio, que disparate. Eu só te quero ajudar, nada mais. Alguma vez me ouviste falar em te colocar num lar? Tens cada uma.
- Vais comigo amanhã ao médico?
- Vou e não faças mais dramas.
- Mas preciso de chegar cedo hoje, logo a seguir ao almoço.
- Está bem. A que horas é o médico amanhã?
- Espera, tenho aqui apontado. É às 11h00. Olha que eu não quero ir com as calças azuis porque já estão apertadas e não posso ir de calças de ganga para a consulta.
- Logo tratamos disso.
- E os exames estão todos separados no aparador da sala.
- Está bem.
- Se vais comigo à consulta tens de cá chegar às 9h00, não quero chegar atrasado. Consegues cá estar a essa hora?
- Sim. Vou deixar a garota à escola e venho logo para cá.
- Não te atrases.
- Fica tranquilo que não me atraso. Sossega.
- Mas vais faltar ao emprego.
- Estou de férias, tio.
- Mas vens cedo, está bem, senão chego atrasado.
- Está bem (suspiro).
- Já te contei que estive nos Jogos Olímpicos de Moscovo? Aquilo é que foi. Mesmo em Moscovo. Uma aventura.
- Gosto de ti, tio.

Somos assim!!!!!



De vez em quando utilizo os transportes públicos.

O que mais gosto nos pequenos trajectos que faço, confesso, é ouvir as conversas dos que me rodeiam. Não pertenço ao grupo das “quadrilheiras” convictas, mas como sou curiosa, ouvir opiniões, desabafos e enfins, sem ter de participar nas conversas, agrada-me de sobremaneira.

Chega de intróito. Então, apercebi-me da conversa de duas senhoras, vá lá, na casa dos quarentas e tais, sentadas à minha frente. Então o tema era, a-vaca-da-nossa-colega-que-se-foi-chibar-ao-chefe de qualquer coisa que a dita senhora não fez, ou fez mal. Bom, senhores ouvintes, aquilo é que era veneno puro, purinho sem adições. Saíram as senhoras, sentaram-se outras. Jovens, vinte e poucos. Como não podia deixar de ser a temática era a mesma mas com outro enquadramento, a-mula-da-não-sei-quem-que-se-andou-a-fazer-ao-meu-namorado. Mais veneno, desta vez bastante ilustrado de palavrões.

Fiquei a pensar, será que esta gente não tem assuntos mais giros para falar? Porque é que perdemos tempo com merdas que não interessam a ninguém, e pior que isso, atentem bem, quando é que iremos deixar de lado esta filhaputice umas com as outras.
Já vi que a minha geração, a anterior e a seguinte não é recuperável quanto a esse assunto, mas se começarmos a mentalizar as filhas ou as netas, consoante o caso, para essa temática, talvez um dia, quem sabe, esta filosofia irá alterar… espero bem é que não seja genético!!!!

Não se iludam, se assim continuarmos, iremos sempre estar a jeito para que ninguém (especialmente do sexo oposto) nos leve a sério.

Eu por mim já comecei o processo de mentalização.



O vermelho é para PARAR



O vermelho é para PARAR

Meninos e meninas com idade superior a 70 anos repitam comigo SINAL VERMELHO É PARA PARAR, outra vez, SINAL VERMELHO É PARA PARAR, DEMORE O QUE DEMORAR!!!!!!!!!!
(este texto é exclusivo para essa faixa etária, se bem que pode servir para todos)

Há coisas que me ultrapassam. Francamente não entendo.
E isto tudo porquê? Porque não consigo compreender o kamikazismo (palavra agora criada, ao abrigo de um léxico próprio da autora) das pessoas idosas quando têm de atravessar uma estrada/rua com sinalização luminosa. Quais boneco vermelho quais arroz de grelos, os carros que parem e acabou.

Quase numa base diária assisto a cenas desta natureza. E, obviamente, de vez em quando há bernardadas, neste caso, atropelamentos de pessoas idosas porque não respeitaram os sinais.

E o mesmo se passa nas passadeiras, que apesar de terem prioridade, levam-na tanto a peito que nem olham ao atravessar. É vê-los a avançar, com uma coragem, quase comovente. Verdadeiros Dom Quixotes de bengala em riste.


Afinal, esclareçam-me:
Qual é a pressa? Talvez de chegar ao hospital, não? A ideia de tenho sobre chegar a essa idade, mazelas à parte, é a de que se tem tempo. Se estou enganada desato já a chorar porque há tantas coisas que anseio fazer quando me reformar…
Perninhas, temos? Quando o sinal muda a meio da travessia, que fazem, correm? Ou esgrimem bengaladas ou carteiradas, conforme o apetrecho, para o veículo que se atreva a arrancar?
A perspectiva de um encontro com o capot de um carro agrada? Lixar a própria vida e a dos outros, também?

Não quero generalizar, nem sequer ilibar de responsabilidades os condutores, que não são santos nenhuns, nem pensar. Aliás o assunto da civilidade na condução dava um verdadeiro tratado de 500 volumes ou mais.

Mas temos de atentar o que é mais importante e que nenhum bate chapas ou seguradora conseguem repor, a vida.

Todos fazemos falta; à família, aos amigos, a nós próprios, ao senhor do café que já se habituou ao cumprimento diário, à senhora da mercearia, aos senhores das linhas directas, dos call centers, da Zon, da MEO, da Vodafone, da Optimus, do Circulo de Leitores e muito mais. Em suma FAZEMOS FALTA. O mundo fica sempre mais pobre quando alguém morre, seja qual for a idade.

Por isso meninos, vamos lá atinar, sim?
O VERMELHO É PARA PARAR!!!