Anda uma gaja uma vida inteira a insurgir-se contra o
machismo reinante nesta sociedade patriarcal, defendendo o importante papel da
mulher na sociedade, promovendo a igualdade de géneros, de direitos, e assim
como não quer a coisa, se depara com isto:
Então, diariamente e à nossa frente aparecem, num programa,
umas tantas candidatas que se prestam ao escrutÃnio das sogras e dos palermas
dos filhos, digladiando-se entre elas numa competição perfeitamente absurda.
No outro modelo de programa não existe sogra, perdão, num dos
casos aparece, mas as candidatas têm de trabalhar nas respectivas quintas, competir
entre elas para agradar, quem sabe conquistar, a criaturas rudes (alguns) que
mais parecem ter saÃdo de um conto do Eça de Queirós.
Para o caso, o género predominante não é importante, homens
ou mulheres é indiferente, se bem que de forma egoÃsta me custa mais ver
mulheres nestas figurinhas.
Agora, o que me choca é ver estes retrocessos … e para quê?
Serem conhecidas? Fama?
A vida privada completamente devassada, artigos completos com
fotos e tudo em revistas de credibilidade questionável, descritos pela vizinha
do lado ou pelo familiar distante que a troco de patacos confidenciam atitudes
mais ou menos obscuras – que são transversais a TODOS NÓS – parece-me ser um
preço demasiado elevado a pagar não só pela fama com também pelo “troféu” de
ser a eleita por um personagem que, também ele se prestou a este papel.
Que me desculpem o desabafo, não tenho que me pronunciar
sobre programas que não gosto e que pura e simplesmente poderia ignorar, mas
custa-me não só a atitude dos protagonistas que entram nestas palhaçadas mas
acima de tudo as televisões que numa concorrência comercial agressiva, ultrapassam
todos os limites do bom senso e respeito por todos nós.
Embrutecer o pessoal é o que está a dar. Enquanto se distraem
a ver estas e outras palhaçadas, não se perspectiva a vida, o paÃs, o nosso
mundo.
Enquanto valorizarmos estas palermices, palermas para sempre
seremos.
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