terça-feira, 10 de abril de 2012

Páscoa = Praia


Na minha família nunca houve a tradição de celebrar a Páscoa. Por norma o fim de semana alargado servia sempre para iniciar a nossa época balnear, rumo ao Algarve.
 
Nos meus tempos de criança a Páscoa era uma seca monumental. Na televisão e no rádio só passavam programas religiosos, alternados com música fúnebre. Era um horror.

Não podíamos rir, falar alto, brincar, tudo era recriminado. Não podíamos vestir roupas com cores mais alegres. A missa de domingo de ramos (acho que se chama assim) mais parecia um funeral.

A minha mãe e a minha avó, como católicas praticantes, bem tentavam demover o meu pai, mas este não ia em cantigas. Sexta feira pela manhã lá íamos todos felizes e contentes rumo à praia. Uma fuga para longe do preto e do cinzento, das missas, das procissões, da falta de alegria que era obrigatória na época.

As minhas memórias da Páscoa estão sempre associadas à alegria, ao sol e à praia. Eram o interlúdio para as férias grandes que não tardavam.