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O Presidente francês, Nicolas
Sarkozy, candidato à sua sucessão nas eleições presidenciais, disse que
"há demasiados estrangeiros" na França e prometeu reduzir os
emigrantes que entram anualmente no país. "O nosso sistema de integração
funciona cada vez pior, porque temos demasiados estrangeiros no nosso
território", afirmou Sarkozy, durante uma entrevista na terça-feira à
noite na estação de televisão France 2.Na ocasião prometeu ainda que, se fosse
eleito nas eleições presidenciais de abril e maio, dividiria por dois o número
de imigrantes acolhidos cada ano. "Considero que, para relançar as boas
condições de integração, é preciso dividir por dois o número de pessoas que
recebemos, isto é, passar de 180 mil a cem mil", propôs.
Apesar
de poder ser somente um discurso eleitoralista não deixa de ser preocupante a
posição assumida não só por Nicolas Sarkozy, como também pelos diversos chefes
de estado mundiais em relação à imigração.
É
um tema que suscita muita polémica, e neste momento particular em que todos os
países atravessam problemas de ordem económica e consequentemente social, os
emigrantes são vistos como usurpadores.
O
que estes Senhores-ditos-Governantes não realizam é que muitos dos imigrantes
residentes ajudaram a construir – literalmente – os próprios países, por serem
mão de obra barata, muitos sem condições minimamente humanas.
E
os refugiados, Senhores Chefes de Estado? Os que abandonam os seus países
devido a conflitos civis, por perseguições raciais ou religiosas ou mesmo por
desastres naturais ou ambientais. Se fosse com os Senhores, não gostariam de
ser acolhidos, os Senhores e as suas respectivas famílias, num outro pais que
vos desse condições para SOBREVIVER?
Acham que ser imigrante é fácil? Enfrentar
dificuldades para se estabelecer num país com costumes diferentes dos seus, de
língua desconhecida, enfrentando muitas vezes a xenofobia e as retrições
impostas aos estrangeiros pelas legislações vigentes, já para não falar no
trabalho escravo ou o subemprego.
E nós portugueses, já nos esquecemos que num passado
próximo fomos um país de emigrantes? E o que me dizem ao facto, no presente, o
nosso principal capital estar fora de portas por não ter condições para
desenvolver a actividade, como p.e., a investigação, dentro do nosso país.
E como se pretende combater o envelhecimento do país
sem recurso à imigração? Algum de nós pretende deslocar-se para o interior para
repovoar vilas e aldeias?
Não somos ilhas, vivemos numa comunidade mundial e é
nessa perspectiva que se deverá desenvolver a interajuda (eu sou muito naife,
eu sei) entre os povos. Ajudar para ser ajudado, ou não será?
Pela minha parte dou as boas vindas a qualquer
emigrante que venha para trabalhar, produzir e ajudar a economia, com
recompensas e regalias justas.
Porque que diabo um emigrante que trabalhe e desconte
como eu, não tem os mesmos benefícios que usufruo. Obviamente se cometer algum
delito, cinje-se à jurisdição em vigor como outro qualquer cidadão. Ser
emigrante não é sinónimo de se ser marginal. Não está cá a mais e não vai tirar
o lugar de outro cidadão. Todos concorremos em igualdade de circunstâncias
porque somos cidadãos do mundo.
Obviamente que se trata de uma versão muito teórica do
assunto. O posicionamento sobre esta matéria está dependente de outros factores
mais abrangentes e também válidos.
Mas custa-me muito ouvir alguém dizer para um
emigrante: Vai para a tua terra, não te
queremos cá!!!