Em termos gastronómicos
considero-me uma curiosa experimentadeira. O que quero dizer é que não sou nada
esquisita no que toca a experimentar novas combinações e sabores, até me
considero bastante eclética – não sei bem se esta é a palavra própria para qualificar
diversidade de comezainas – não só em termos de comidas como até de
restaurantes. Gosto de experimentar de tudo antes de pronunciar o gosto, não
gosto ou detesto (que poderá anteceder ou não uma ida ao gregório).
Restaurante bonitinho, muito
compostinho a fazer pandam com os dress-code-glam-chic que por lá andavam –
comigo incluída, claro.
Com este pensamento em mente,
muito humildemente pedi ao chefe da mesa que levasse o prato de volta para ser
retirada a espuma. Veio o chef muito
irritado saber os motivos. De início ainda tentei ser educada, inventando um
motivo inócuo, para acalmar o mecatrefe, mas como o homem já me estava a
chatear levou com um – desculpe mas eu não gosto de comer comida com aspecto de
ter sido previamente cuspida.
Enfim, acho mesmo que tenho
de me deixar destas coisas, eu sou mesmo boa é para ir ao tasco, ali para os
lados da Bobadela, onde servem um bacalhau divinal, mas que o cozinheiro tem as
unhas pretas como se estivesse estado a cavar terra com as mãos e o dono, que
serve às mesas, para além de só lavar o avental uma vez de dois em dois anos,
pousa o jarro de vinho na mesa com tal cuidado que entorna sempre um grande
bocado, e afirma, rindo-se, vinho entornado é ano abençoado, carai!!
És cá dos meus.
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