quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pequenas misses

O fim de semana que passou foi muito calminho. Com direito a sofling, mapling and bedling. Muitas sestas e ripanços.

No meio dessa sorna toda, e durante a manhã de sábado fiz um pouco de zapping para ver o programa mais palerma que se adequasse ao meu estado de espírito.

Lá parei num que deixou estupefacta. Ora então e como não poderia deixar de ser, era um programa americano que estava a ser transmitido pelo Discovery Channel, intitulado Pequenas Misses.

Um absurdo. Crianças com menos de 5 anos sujeitas a rituais de beleza brutais, como unhas e pestanas postiças, maquilhagens carregadas, bronzeamento artificial, sobrancelhas arranjadas, depilações, cabeleiras fixadas ao cabelo com muito choro. Dentes postiços. Poses e coreografias sensuais. Horrível. Já para não falar das tristes figuras que os pais fazem durante a actuação do rebento.

 Como é que uma mãe tem a ousadia de afirmar que a sua filha de 2 anos adora desfilar na passerelle. Adora?

 Imaginem, os que ainda não tiveram oportunidade de assistir ao programa, uma criança de 5 anos beber uma lata de Red Bull, para poder ter energia suficiente para aguentar um dia de concurso. Um pai dizia, no final, que iria arranjar segundo emprego para garantir que a sua filha tivesse o luxo suficiente para ganhar. E agora, limite dos limites, uma mãe afirmou que tinha tido os dois filhos somente com o propósito de que participassem nestes concursos. Estes pais deviam ser internados, só pode.

Isto ultrapassa a projecção que os pais possam fazer sobre os seus filhos, de desejos exclusivamente seus, prejudicando emocionalmente (talvez irreversivelmente) as crianças.
 
 

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