domingo, 15 de janeiro de 2012

Do além e sítios afins

Confesso a minha incredulidade no que toca a assuntos relacionados com a existência de Deus, de vida após a morte, dos pecados mortais, inferno e céu, videntes, espíritas, mães de santo, magia negra-branca-amarela-grená-azul-fucsia, em resumo a tudo o que não é visível e palpável.

Apesar disso, aceito a militância alheia sem problemas de maior. Tanto que nem entro em discussões estéreis sobre a matéria. Eu sou assim eles são assado e siga.

Mas (há sempre um mas que nos faz botar discurso) no meio desse emaranhado de doutrinas, há uma que me faz muita confusão. A saber, as sessões de espiritismo. Atenção que isto é só um pensamento fundamentado por algumas histórias contadas e excertos visualizados em filmes. Quero dizer que nunca assisti a nenhuma e ainda bem porque não imagino a minha reacção ao ver uma pessoa passar-se por algum dos meus familiares. Fanico ia ter na certa, agora se era para rir ou para partir tudo o que tivesse à mão, não sei. É melhor mesmo não experimentar a bem da minha integridade física e da dos outros. Adiante que este assunto está fora da equação.

Acontece que há uns dias a N. confidenciou-me que é presença assídua do consultório (chama-se assim?) de uma espírita. Gosto de falar com o meu pai, ele dá-me bons conselhos e ajuda-me a tomar decisões importantes – disse-me baixinho. Vou lá sempre que necessito.

E baixinho lhe respondi – Não ponhas essas imagens na minha cabeça está bem? Não quero saber pormenores da tua vida pessoal!!! (se bem que preferia ter feito um interrogatório minucioso sobre esse tema, para aferir da sua sanidade mental)

E antes de a N. se aventurar para um – também devias ir, dei logo meia volta fui tomar um café.
 
Fiquei a pensar, o que levará uma pessoa que considero sensata, a delegar decisões da sua vida nas mãos de uma estranha que se faz passar pelo progenitor (Esta frase, por sí já torna as coisas no mínimo estranhas).

Tomar decisões é umas das prerrogativas da entrada no estado adulto. Nem sempre boas, nem sempre más, fazem parte do nosso processo de evolução e crescimento como pessoas. Delegar noutras pessoas essa aprendizagem atesta uma incapacidade pouco natural, quanto mais se torna incompreensível delegar isso numa pessoa que através de uma pantomina qualquer se faz passar por alguém próximo.
Por mais voltas que dê ao pano, não consigo fazer nada com ele.

Se calhar ir lá ou ir ao confessionário de uma igreja produz o mesmo efeito de procura de ajuda. Bom, não vou por aí que não me leva a bom caminho….

 O certo é que a moça continua a ser sensata, equilibrada, boa amiga e colega, o resto é lá com ela.
 
Mas que a imagem custa a sair da cabeça, ai isso custa!!!!!!