terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Bichinho, bichinho


Gosto muito de animais, desde que não me piquem, mordam ou sejam excessivamente barulhentos (se bem que nesta última categoria, até consigo ser bastante tolerante).

 Confesso que de entre todos, os cães são os que mais me fascinam. Todas as histórias de cães, tanto em livros como em filmes, me puxam para o sentimento. A lealdade e a devoção canina ao seu dono parece-me ser uma ligação divina, perfeita. Quem viu o filme Hachiko sabe do que estou a falar.
 
Mas nem sempre as coisas se passam assim. Lá em casa já habitou um, o Buda, que, provavelmente pelos maus tratos que sofreu em pequeno, nunca se conseguiu integrar na família. Mas, e apesar de não ter sido uma boa experiência, deixou muitas saudades. Ainda hoje, quando ma petite taliban olha para o céu, diz sempre que “aquela estrelinha é o budinha”.
 
Bom, mas não é disso que eu quero falar.

 Há uns tempos li, numa revista alucinada que os animais domésticos, com o tempo e a convivência acabam por adquirir hábitos humanos. E mais, referia também que cada um de nós tem preferências quanto à escolha do animal, motivada pelas parecenças físicas e psicológicas do bicharoco connosco. Connosco? Como já era maluqueira a mais, deixei a revista e nunca mais pensei nisso.

Ontem, fui até um parque nos arredores de Lisboa, uma vez que o sol estava lindo e a garota com muita energia a pedir para ser gasta. Quando finalmente me sentei, comecei a ouvir um som que vinha em crescendo. Era o de um caniche mínimo que parecia possesso. Quando chegou ao parque, sem trela e muito à frente da dona, começou a ladrar a todos os miúdos que lá estavam.

Só depois ouvi um, Hércules, anda cá!!! Hérrrrcullles!!!!!!

Ora, ora, afinal o artigo tinha algum fundo de verdade. A dona do Hércules era a versão humana do caniche-duracell. Pequenina, magrinha, voz esganiçada, irritante e contínua.

Incidente ultrapassado, e para comprovar a teoria, fui observando as pessoas que por lá andavam a passear os respectivos bichanos. Não cheguei a conclusão nenhuma, obviamente, mas até que nalguns casos, enfim, eu diria que as parecenças são muitas, mesmo.

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