quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A capacidade de me auto-f@rnicar

Hoje tive um flash back em plena reunião. Por momentos entrei no carro do Mcfly e, em warp speed recuei cerca de 20 anos. Estava em plena oral, na Faculdade de Direito, e eis senão quando o professor me faz um pergunta, tipo, de que cor é o bacalhau(esta pergunta produziria a mesma reacção). Atrapalhada perguntei, Professor, importa-se de repetir? A resposta não se fez tardar: Ó minha Senhora, se não sabe diga logo. Não tenho tempo para estar a repetir perguntas. Sabe que mais, a Senhora devia era ir para casa onde é o seu legitimo lugar. Está a tirar o lugar a um homem, que esse sim é o sustento de uma família (pela resposta, quem lá andou, já deve saber a quem me estou a referir).
Sem saída. Ou me calo ou me f@rnico pensei. Este filho da puta está a gozar comigo, mas quem é ele… de pensamento em pensamento tomei a decisão. Já que estava chumbada ia dizer-lhe umas, aliás muitas, está bem, demasiadas.
Bom, não vale a pena estar a repetir a resposta que esse personagem teve, até porque, a esta distância, metade já foi com o amigo alemão*. Lembro-me sim da reacção do professor. Era como se tivesse levado um tiro. Perfeitamente incrédulo. Resultado, chumbei como esperado e ainda com uma ameaça velada que “dúvido muito que a Senhora algum dia passe a esta cadeira”.
Vinte e tais anos passados, em plena reunião ouvi algo similar. Apesar de não ter sido dirigido a mim, o efeito não poderia ser pior. Desta vez o engraçado disse, Ó Drª, de onde é que tirou este fundamento, de um blogue de culinária, foi?
Fui invadida pela mesma sensação. Tipo vertigem de estás-prestes-a-f@rnicar-te. Da situação anterior, pelos vistos não colhi nenhum ensinamento e nem os anos me trouxeram a sensatez necessária para não reagir a estas provocações. Filho da puta, pensei, não te vais safar sem resposta.
Desta vez não fui arrastada da sala, não chumbei e nem ninguém me deu palmadinhas nas costas. Desta vez quem pareceu que levou um tiro foi a minha colega – objecto do reparo – que não queria acreditar no que eu tinha dito.
Mas desta vez ouvi um pedido de desculpas e vi uma consternação profunda por parte do moço.
Acho que tenho o coração e a cabeça no lugar. Não me arrependo de responder à letra com educação e respeito, quando a situação impõe. Às vezes f@rnico-me....
* alzheimer

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