
Há uns dias falei de uma cena engraçada que se passou no meu emprego. Um acontecimento normal na vida de uma empresa, obviamente, onde o convívio por vezes gera atritos.
É bem verdade que passamos mais tempo com os colegas do que com a família e amigos, pelo menos acordados, se bem que, se juntarmos o fim de semana, provavelmente o valor fica equilibrado. Bom, mas isso não interessa para esta equação. O que eu quero referir é que OS COLEGAS DE EMPREGO NÃO SÃO NOSSOS AMIGOS (à excepção de alguns, muito poucos).
Há conhecidos, amigos (dentro desta categoria inserem-se os para a vida, os do peito, os de ocasião, devidamente catalogados quanto à importância) e os colegas de emprego.
Por que demónios temos de os tratar como amigos, quando efectivamente não o são. E porque é que ficamos tão chateadas quando em confidência contamos um assunto à M. que em contrapartida nos conta um assunto da F. e do N., mas que depois vai contar o nosso segredo à F. ao N. e a todas as letras do abecedário? Ora, vamos mas é ter juizinho e aprender à primeira facadinha para não haver hipóteses de segunda.
Apesar de tudo, convém não generalizar. Nem pensar. Tenho amigas e amigos para a vida, que foram minhas/meus colegas de empregos passados, e que quero conservar para todo o sempre, aqui e no além. Mas são excepções e em número reduzido.
Com os anos que já levo disto tudo, aprendi essa lição. Hoje em dia já não me faz confusão nenhuma não falar a alguns colegas que manifestamente não gosto. Não me ralo mesmo nada. Se tenho de tratar assuntos relacionados com a minha actividade profissional com esse pessoal, muito bem, fora disso mi hablar.
Fartei-me de tantos fatinhos de carnaval i.e. de naifadas nas costas (um dia conto o porquê dos fatinhos de carnaval) ao longo destes vinte e tal anos (tantos? que horror… não falo mais nisso). Já desenvolvi armadura, muito CSI claro, que só as balas extra reforçadas é que conseguem entrar.
Por falar nisso, os pratinhos continuam na copa sem serem lavados e já a emanarem um cheiro a modos que pestilento. Vai escorrer sangue pelas paredes, vai vai.