Andava eu tão contentinha.
Passo a explicar. Há uns meses apareceu lá no nosso "burgo" uma menina, pela mão do chefe com muitas recomendações.
É uma menina muito trabalhadora e que precisa da nossa ajuda, de todos.
Bom, pensei, se é para trabalhar venha ela.
Ao longo dos meses essa menina revolucionou o nosso dia a dia. Até o meu que andava contentinha a assistir áquilo tudo. Então, duas facções foram logo identificadas, a dos homens, estupidos que nem só, e das mulheres que não suportam este tipo de sonsa, mas que não conseguem agir com frontalidade.
Dos homens, os factos são no mínimo para rir. Desde disputarem-se para ir buscar a menina a casa, porque mora longe e deita-se tarde porque ainda está na faculdade, até irem almoçar aos magotes com a menina para não perderem pitada. De referir que a moça dá secas monumentais a todos eles, estilo meia hora para sair de casa com qualquer um deles à porta à espera, ou então liga ao B ou ao C a perguntar se lhe dava muito mau jeito ir buscá-la à faculdade, porque o meu pai hoje não pode. Andam todos aparvalhados com a menina, de tal modo que nem reparam nas figurinhas que fazem. Até o chefe. Foi um gozo ouvi-la dizer, ó doutor, tem de usar baton do cieiro, está com os lábios muito congestionados ou então Ó B. veja lá se não pode ir buscar-me, não quero arranjar problemas, tem namorada não tem? Por favor, veja lá.
O que safa é o meu amigo T., a.k.a. besta anti-social , que prontamente se referiu ao assunto nestes termos
: O c@r@lho é que ficava à espera. Mais depressa subia a escada e lhe dava uma trancada. Estes gajos são todos uns enconados.
Se a gaja me falasse do cieiro da boca, perguntava-lhe logo se ma queria hidratar. Até lhe fazia uma sugestão ou duas se ela quisesse. É o meu herói.
Agora temos a facção feminina. As víboras, onde eu e outra colega, tentamos não nos inserir. É um fartote ouvir o mulherio de fileira cerrada contra a sonsa da menina. Estratégias de ataque foram definidas e não tarda, a guerrilha vai começar.
A menina também não as poupa, definindo-as como invejosas e infelizes, velhas e gordas, feias e cheias de pêlos.
Ora bem, enquanto o pessoal andava nestas andanças, a serem estupidamente manipulados por este exemplo de astúcia, andavamos as duas divertidas, e até a tecer alguns elogios à menina que através da arte da sedução, ia conseguindo o que queria.
Mas, pelos vistos no meio da astucia também há estupidez ou imaturidade. Ainda não aprendeu que não nos podemos dar mal com todos os elementos de uma facção ao mesmo tempo.
Então a moça, que está sob a nossa supervisão, resolveu subir a parada e atacar as únicas que permaneciam, divertidíssimas, em terrítório neutro. Eu sofro de T.P.M, porque de vez em quando "desanco" o pessoal que me chateia com
pintelhisses, a colega pelo aspecto deve ser lésbica, de certeza. Estás
f@did@, amiguinha.
Ó Barbie (inventei agorinha mesmo), que merda é essa de eu sofrer de TPM?
Eu não disse nada disso
Ai não, ó C. chega lá aqui. Olha lá, afinal que merda é que esta te contou? Eu sofria de TPM e a T. era lésbica, certo?
Bom, não sei se foi bem assim
(entretando a moça já tinha mudado de cor, a fingir um desmaio)
Não vale a pena dar-lhe nenhum fanico porque vamos todos ao chefe e resolvemos já a questão. Já estou farta de sonsas.
O que se passou depois não merece reparo nem importância.
A guerrilha vai continuar da parte do mulherio e a parvoeira da parte dos homens. É endogeno e não há nada a fazer. A menina vai continuar por lá, fazendo os estragos que lhe deixarem.
Andava eu tão divertida....